Acho muito bom não se comemorar o dia de hoje, 31 de março, data em que os militares deram um golpe no país, em 1964, e acabaram com todas as liberdades em pouco mais de 4 anos. Esse pesadelo durou 21 anos e reflete no nosso dia a dia até hoje, por isso, acredito que esse dia deve ser lembrado todos os anos, para que nunca mais se repita tamanha arbitrariedade.
sábado, 31 de março de 2012
sexta-feira, 30 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
quarta-feira, 28 de março de 2012
Millôr Fernandes
Morreu Millôr Fernandes, um dos intelectuais mais completos e eficientes dos últimos 87 anos. Millôr era jornalista, tradutor, desenhista, poeta, dramaturgo, chargista, ilustrador, pensador, e realizava tudo com excesso de qualidade.
Há uma polêmica sobre a data de nascimento de Millôr. A família não sabe ao certo se foi em 16 de agosto de 1923 ou em 27 de maio, mas a carteira de identidade do desenhista aponta como certo o dia 27 de maio de 1924. Nascido no Meier, bairro do Rio de Janeiro, Millôr deveria ter se chamado Milton Viola Fernandes. Porém, por causa de uma caligrafia duvidosa, foi registrado como Millôr – fato só descoberto por ele aos 17 anos.
Em 15 de março de 1938, deu o primeiro passo na carreira de jornalista, assumindo o ofício de repaginador, factótum e contínuo no semanário “O Cruzeiro”. No mesmo período, Millôr ganhou um concurso de contos na revista “A Cigarra” utilizando o pseudônimo Notlim. Posteriormente, ao assumir a direção da publicação, passou a assinar seus artigos, publicados na seção "Poste Escrito", como Vão Gogo.
terça-feira, 27 de março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
domingo, 25 de março de 2012
sábado, 24 de março de 2012
Morreram Chico Anysio
Arte de Leibholz
O título que usei foi a manchete do Jornal O Dia do Rio de Janeiro. Replico aqui, porque achei perfeita! Chico Anysio era multiplo em tudo que fazia. Acho que viver ao lado dele devia cansar, mas, como artista, foi completo.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Vida Inteligente
Em meio a tantas fotos que abusam do Photoshop, fazendo com que as mulheres pareçam ter metade da sua idade, Cate Blanchett não se importou em deixar suas rugas e marcas de expressão à mostra na capa da Intelligent Life, revista bimestral de lifestyle, economia e cultura. A atriz é estrela da última edição da publicação.
quinta-feira, 22 de março de 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
segunda-feira, 19 de março de 2012
40 Anos Depois
Redescobertos, após 40 anos, os dois meninos (Tonho e Cacau), fotografados por Cafi, para a capa do antológico LP "Clube da Esquina" - Milton Nascimento e Lô Borges. 1972.
domingo, 18 de março de 2012
sábado, 17 de março de 2012
Galileo Galilei
"Não se pode ensinar nada a um
homem apenas ajudá-lo a encontra
as respostas dentro de si mesmo."
sexta-feira, 16 de março de 2012
Cora Coralina
"O saber a gente aprende com os mestres
e os livros. A sabedoria, se aprende
é com a vida e com os humildes."
quinta-feira, 15 de março de 2012
Parabéns Mafalda!
Hoje a Mafalda, personagem do Quino, completa 50 anos. Eu fico muito feliz por ter essa menina esperta e observadora participando da minha geração com as suas opiniões certeiras e verdadeiras.
Clarice Lispector
"Estou à procura de um livro para ler. É um livro todo especial. Eu o imagino como a um rosto sem traços. Não lhe sei o nome nem o autor. Quem sabe, às vezes penso que estou à procura de um livro que eu mesma escreveria. Não sei. Mas faço tantas fantasias a respeito desse livro desconhecido e já tão profundamente amado. Uma das fantasias é assim. Eu o estaria lendo e de súbito, uma frase lida, com lágrimas nos olhos diria em êxtase de dor e de enfim libertação: Mas é que eu não sabia que se pode tudo, meu Deus!"
quarta-feira, 14 de março de 2012
Dia da Poesia
parem
eu confesso
sou poeta
cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face
parem
eu confesso
sou poeta
só meu é meu deus
eu sou o seu profeta(Paulo Leminski)
terça-feira, 13 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
sábado, 10 de março de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
O Buraco
Nasrudin caminhava em direção à sua casa, quando encontrou um amigo.
- Você me faz um favor, perguntou o Mullá?
- Caro, pode pedir.
- Um homem caiu em um poço logo alí. Estou indo buscar uma corda para salvá-lo. Por favor vá até lá e diga a ele para não ir embora até eu chegar.
- Você me faz um favor, perguntou o Mullá?
- Caro, pode pedir.
- Um homem caiu em um poço logo alí. Estou indo buscar uma corda para salvá-lo. Por favor vá até lá e diga a ele para não ir embora até eu chegar.
quinta-feira, 8 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
Rosiska Darcy de Oliveira
Essa Pequena
Chico Buarque
Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela
Meu dia voa e ela não acorda
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
Não canso de contemplá-la
Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai
Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your time
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
Chico Buarque
Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela
Meu dia voa e ela não acorda
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
Não canso de contemplá-la
Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai
Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your time
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
O blues já valeu a pena
Um tempo sem nome
Com seu cabelo cinza, rugas novas e os mesmos olhos verdes, cantando madrigais para a moça do cabelo cor de abóbora, Chico Buarque de Holanda vai bater de frente com as patrulhas do senso comum. Elas torcem o nariz para mais essa audácia do trovador. O casal cinza e cor de abóbora segue seu caminho e tomara que ele continue cantando “eu sou tão feliz com ela” sem encontrar resposta ao “que será que dá dentro da gente que não devia”.
Afinal, é o olhar estrangeiro que nos faz estrangeiros a nós mesmos e cria os interditos que balizam o que supostamente é ou deixa de ser adequado a uma faixa etária. O olhar alheio é mais cruel que a decadência das formas. É ele que mina a autoimagem, que nos constitui como velhos, desconhece e, de certa forma, proíbe a verdade de um corpo sujeito à impiedade dos anos sem que envelheça o alumbramento diante da vida.
Proust, que de gente entendia como ninguém, descreve o envelhecer como o mais abstrato dos sentimentos humanos. O príncipe Fabrizio Salinas, o Leopardo criado por Tommasi di Lampedusa, não ouvia o barulho dos grãos de areia que escorrem na ampulheta. Não fora o entorno e seus espelhos, netos que nascem, amigos que morrem, não fosse o tempo “um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho“, segundo Caetano, quem, por si mesmo, se perceberia envelhecer? Morreríamos nos acreditando jovens como sempre fomos.
A vida sobrepõe uma série de experiências que não se anulam, ao contrário, se mesclam e compõem uma identidade. O idoso não anula dentro de si a criança e o adolescente, todos reais e atuais, fantasmas saudosos de um corpo que os acolhia, hoje inquilinos de uma pele em que não se reconhecem. E, se é verdade que o envelhecer é um fato e uma foto, é também verdade que quem não se reconhece na foto, se reconhece na memória e no frescor das emoções que persistem. É assim que, vulcânica, a adolescência pode brotar em um homem ou uma mulher de meia-idade, fazendo projetos que mal cabem em uma vida inteira.
Essa doce liberdade de se reinventar a cada dia poderia prescindir do esforço patético de camuflar com cirurgias e botoxes — obras na casa demolida — a inexorável escultura do tempo. O medo pânico de envelhecer, que fez da cirurgia estética um próspero campo da medicina e de uma vendedora de cosméticos a mulher mais rica do mundo, se explica justamente pela depreciação cultural e social que o avançar na idade provoca.
Ninguém quer parecer idoso, já que ser idoso está associado a uma sequência de perdas que começam com a da beleza e a da saúde. Verdadeira até então, essa depreciação vai sendo desmentida por uma saudável evolução das mentalidades: a velhice não é mais o que era antes. Nem é mais quando era antes. Os dois ritos de passagem que a anunciavam, o fim do trabalho e da libido, estão, ambos, perdendo autoridade. Quem se aposenta continua a viver em um mundo irreconhecível que propõe novos interesses e atividades. A curiosidade se aguça na medida em que se é desafiado por bem mais que o tradicional choque de gerações com seus conflitos e desentendimentos. Uma verdadeira mudança de era nos leva de roldão, oferecendo-nos ao mesmo tempo o privilégio e o susto de dela participar.
A libido, seja por uma maior liberalização dos costumes, seja por progressos da medicina, reclama seus direitos na terceira idade com uma naturalidade que em outros tempos já foi chamada de despudor. Esmaece a fronteira entre as fases da vida. É o conceito de velhice que envelhece. Envelhecer como sinônimo de decadência deixou de ser uma profecia que se autorrealiza. Sem, no entanto, impedir a lucidez sobre o desfecho.
”Meu tempo é curto e o tempo dela sobra”, lamenta-se o trovador, que não ignora a traição que nosso corpo nos reserva. Nosso melhor amigo, que conhecemos melhor que nossa própria alma, companheiro dos maiores prazeres, um dia nos trairá, adverte o imperador Adriano em suas memórias escritas por Marguerite Yourcenar.
A vida sobrepõe uma série de experiências que não se anulam, ao contrário, se mesclam e compõem uma identidade. O idoso não anula dentro de si a criança e o adolescente, todos reais e atuais, fantasmas saudosos de um corpo que os acolhia, hoje inquilinos de uma pele em que não se reconhecem. E, se é verdade que o envelhecer é um fato e uma foto, é também verdade que quem não se reconhece na foto, se reconhece na memória e no frescor das emoções que persistem. É assim que, vulcânica, a adolescência pode brotar em um homem ou uma mulher de meia-idade, fazendo projetos que mal cabem em uma vida inteira.
Essa doce liberdade de se reinventar a cada dia poderia prescindir do esforço patético de camuflar com cirurgias e botoxes — obras na casa demolida — a inexorável escultura do tempo. O medo pânico de envelhecer, que fez da cirurgia estética um próspero campo da medicina e de uma vendedora de cosméticos a mulher mais rica do mundo, se explica justamente pela depreciação cultural e social que o avançar na idade provoca.
Ninguém quer parecer idoso, já que ser idoso está associado a uma sequência de perdas que começam com a da beleza e a da saúde. Verdadeira até então, essa depreciação vai sendo desmentida por uma saudável evolução das mentalidades: a velhice não é mais o que era antes. Nem é mais quando era antes. Os dois ritos de passagem que a anunciavam, o fim do trabalho e da libido, estão, ambos, perdendo autoridade. Quem se aposenta continua a viver em um mundo irreconhecível que propõe novos interesses e atividades. A curiosidade se aguça na medida em que se é desafiado por bem mais que o tradicional choque de gerações com seus conflitos e desentendimentos. Uma verdadeira mudança de era nos leva de roldão, oferecendo-nos ao mesmo tempo o privilégio e o susto de dela participar.
A libido, seja por uma maior liberalização dos costumes, seja por progressos da medicina, reclama seus direitos na terceira idade com uma naturalidade que em outros tempos já foi chamada de despudor. Esmaece a fronteira entre as fases da vida. É o conceito de velhice que envelhece. Envelhecer como sinônimo de decadência deixou de ser uma profecia que se autorrealiza. Sem, no entanto, impedir a lucidez sobre o desfecho.
”Meu tempo é curto e o tempo dela sobra”, lamenta-se o trovador, que não ignora a traição que nosso corpo nos reserva. Nosso melhor amigo, que conhecemos melhor que nossa própria alma, companheiro dos maiores prazeres, um dia nos trairá, adverte o imperador Adriano em suas memórias escritas por Marguerite Yourcenar.
Todos os corpos são traidores. Essa traição, incontornável, que não é segredo para ninguém, não justifica transformar nossos dias em sala de espera, espectadores conformados e passivos da degradação das células e dos projetos de futuro, aguardando o dia da traição.Chico, à beira dos setenta anos, criando com brilho, ora literatura , ora música, cantando um novo amor, é a quintessência desse fenômeno, um tempo da vida que não se parece em nada com o que um dia se chamou de velhice. Esse tempo ainda não encontrou seu nome. Por enquanto podemos chamá-lo apenas de vida.
ROSISKA DARCY DE OLIVEIRA é escritora. terça-feira, 6 de março de 2012
segunda-feira, 5 de março de 2012
domingo, 4 de março de 2012
sábado, 3 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
Charles Darwin
"Não é o mais forte da espécie que
sobrevive, nem o mais inteligente.
É aquele que melhor se adapta as mudanças."
quinta-feira, 1 de março de 2012
João Guimarães Rosa
"O sertão é dentro da gente.
E esse sertão não é feito apenas
de aridez e provocação, mas
também de veredas, de estações
de alívio e beleza em meio à solidão."





























