Quando eu fui para os EUA pela primeira vez nos anos 1970, uma das coisas que mais me chamaram a atenção foi a quantidade de utensílios e rações que existiam para os animais domésticos. Naquela época, aqui no Brasil, os animais muito bem cuidados, jamais comiam nada além do que os restos de comida da mesa de seus donos. Viviam, os mais bem tratados, no quintal, onde podiam ter uma casinha construida por seu próprio dono.
Na casa dos meus pais sempre teve animais e fomos educados para tratá-los bem, a ponto de pegarmos um castigo caso machucássemos os bichos.
Domingo, no jornal Folha de São Paulo, saiu uma matéria de meia página falando sobre os hotéis para cachorros com direito a hidroterapia e massagens. Venho acompanhando e observando essa mudança no tratamento dos animais em nossa sociedade nos últimos 40 anos. Nota-se que, mês após mês, cresce de forma descompassada o mercado para animais domésticos. Nos dias de hoje, é raro você entrar em um supermercado e não encontrar, no mínimo, uma gôndola para pets. Alias, a palavra pet foi incorporada a nosso vocabulário exatamente por essas mudanças. As lojas para pets, há poucos anos, era inimaginável como forma de negócio. Atualmente, é raro encontrarmos um bairro que não tenha uma loja dessas. E em alguns bairros maiores e centrais, você pode encontrar uma Pet Shop em cada quarteirão.
Não são apenas rações, coleiras e cumbucas para água e comida que você encontra nos Pet Shop. As ofertas vão de shampoo a talco, de perfume a fitinhas para prender os pelos dos animais, de roupas de griffe até jóias. Não existe mais nenhum limite para esse comércio. Colchões especiais para cães e gatos, gaiolas com área de ginásticas para passarinhos, piscina para os animais de estimação e até terapias das mais diversas são facilmente encontradas em nossa sociedade.
Por tudo isso, sinto-me na obrigação de manifestar a minha indignação!
Que mundo é esse que estamos criando? Como podemos investir em empresas, lojas, e o que quer que seja para atender animais quando existem (de acordo com a ONU) 1 bilhão de seres humanos passando fome no mundo?
Confesso que não consigo entender. Poxa! Todos têm direito a ter animais e tratar os seus animais com amor e respeito, mas não dá para abrirmos espaço aos animais e esquecermos os nosso semelhantes.
Para mim, isso é incompreensível e muito triste. Fico envergonhado do ser humano quando vejo essa inversão de valores arbitrária como se fosse algo natural: valoriza-se o animal, esquece-se do humano.
Se não conseguimos ficar indignados com o fato de 1 em cada 6 seres humanos passarem fome diariamente, então, não faz sentido cuidarmos, com tal grau de requinte dos animais de estimação.
INDIGNE-SE!
Por tudo isso, sinto-me na obrigação de manifestar a minha indignação!
Que mundo é esse que estamos criando? Como podemos investir em empresas, lojas, e o que quer que seja para atender animais quando existem (de acordo com a ONU) 1 bilhão de seres humanos passando fome no mundo?
Confesso que não consigo entender. Poxa! Todos têm direito a ter animais e tratar os seus animais com amor e respeito, mas não dá para abrirmos espaço aos animais e esquecermos os nosso semelhantes.
Para mim, isso é incompreensível e muito triste. Fico envergonhado do ser humano quando vejo essa inversão de valores arbitrária como se fosse algo natural: valoriza-se o animal, esquece-se do humano.
Se não conseguimos ficar indignados com o fato de 1 em cada 6 seres humanos passarem fome diariamente, então, não faz sentido cuidarmos, com tal grau de requinte dos animais de estimação.
INDIGNE-SE!
Sabe, já me perguntei o que leva as pessoas a ADOTAREM CACHORROS muitos destes até doentes, e se tornarem cegos para muitas crianças sedentas de amor nos orfanatos...meu DEUS!
ResponderExcluirTudo bem que se goste de animais, mais a ponto de desprezar os pequenos outros como nós que andam por ai....
Excelente postagem Lau! Parabens.
Lau, acabei de conhecer o seu blog, fiquei interessada pelo título e resolvi entrar. E para a minha surpresa me dei logo de cara com esse seu texto “Indignação”. Infelizmente ou felizmente, não pude passar calada.
ResponderExcluirConcordo sobre o que você diz sobre exageros de algumas pessoas e comércios sobre os bichos, como jóias, roupas de griffe, etc e etc. Porém, penso que a comparação que você fez entre bicho e gente não procede. Adotar um bichinho, tratá-los bem, ou ainda como membros da família, não anula o nosso dever de cuidar e respeitar o nosso semelhante. O fato é que milhares de pessoas morrem no mundo por fome, e a maioria das pessoas não faz nada para ajudar.
Existem dois tipos de pessoas no mundo: as pessoas que ajudam e as pessoas que não ajudam. Falar é fácil, agir nem tanto. Não podemos julgar os que ajudam os animais. Se cada pessoa ajudar os mais fracos (seja bicho, criança ou idoso) de alguma forma, com certeza teríamos menos atrocidades. Acontece que a maioria das pessoas que julgam os que ajudam os animais, não ajuda ninguém.
Sou voluntária numa ONG que ajuda animais de rua abandonados, ou que sofrem maus tratos. Os animais merecem o nosso respeito, tanto quanto um ser humano. Penso que todos têm o direito a vida, sem distinção. E devem ser respeitados. Crianças, idosos e animais também.
Deixo aqui algumas frases e o convite para a ação. Seja num orfanato, num asilo, ou resgatando um animalzinho abandonado, é importante se indignar, mas muito mais agir.
"Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de lutar por crianças ou idosos. Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender". (Brigitte Bardot)
"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem." (Arthur Schopenhauer)
"Podemos julgar o coração de um homem pela forma como ele trata os animais." (Immanuel Kant)
Um abraço,
Larissa Bianchi
Larissa, seja bem vinda ao Blog!
ResponderExcluirEu concordo com você que agir é mais importante do que ficar falando, mas também acredito que só existe a ação se houver indignação.
Quanto aos animais, como disse no texto, acho que merecem ser muito bem tratados, mas continuo indignado quando uma sociedade escolhe cuidar de qualquer animal antes dos seus semelhantes.
Não consigo comparar um asilo ou orfanato com o resgate de um cão.
Lau Baptista
Fico tambem indignada com esse tratamento exagerado e até prejudicial aos bichinhos.Essas pessoas podiam direcionar melhor esse dinheiro todo e esse carinho reprimido.Isso é fruto do egoísmo,da falta de solidariedade humana.
ResponderExcluirSou apaixonada por cachorros,já acolhi alguns que vieram da rua ,abandonados.Mas não tiro-lhes a liberdade e o direito de serem tratados como cachorros. Tratar o cachorro como gente é falta de respeito ao animal.