sexta-feira, 4 de setembro de 2009

“A Saideira”

Outra que aconteceu no Lanches Brasília, só que éramos os personagens.
Vínhamos em cinco pela madruga, não lembro de todos, só do Joel. Quando chegamos lá pelas 5:30 da manhã, no Brasíla , que era a dispersão; quem morava no centro como eu, ficava por ali, quem morava longe tomava o ônibus na Praça Carlos Gomes, a uma quadra do bar.
Paramos e pedimos a “saideira”. O garçon, velho amigo, colocou os copos e em seguida a cerveja. Mas ninguém se servia.
Eu olhava para a garrafa e achava que tinha bebido demais. Mas os outros, não sei porque também não se serviam. E ninguém tocava no assunto, como se não estivéssemos ali para beber e só para jogar conversa fora, até que um desses sábios bêbados de rua, deu uma olhada com cara de espanto:
– Mas que garrafa mais torta!... Alivio geral
– Cê viu?
– Eu já tinha reparado.
– Eu também.
E só ai percebemos que não era delirium tremens de ninguém, mas sim um erro de fabricação que deixou a garrafa mais torta que nós.
Bêbados, felizes e aliviados até o sol raiar.
Texto de Fernando Kaxassa publicado no Guia Centro de Ribeirão - Edição Março 07

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