segunda-feira, 27 de julho de 2009

O sermão de Nasrudin

Certo dia, os moradores do vilarejo quiseram pregar uma peça em Nasrudin. Já que era considerado uma espécie meio indefinível de homem santo, pediram-lhe para fazer um sermão na mesquita. Ele concordou.Chegado o tal dia, Nasrudin subiu ao púlpito e falou:
- Ó fiéis! Sabem o que vou lhes dizer?
- Não, não sabemos.
- Enquanto não saibam, não poderei falar nada. Gente muito ignorante, isso é o que vocês são. Assim não dá para começarmos o que quer que seja - disse o Mulla, profundamente indignado por aquele povo ignorante fazê-lo perder seu tempo.
Desceu do púlpito e foi para casa. Um tanto vexados, seguiram em comissão para, mais uma vez, pedir a Nasrudin fazer um sermão na Sexta-feira seguinte, dia de oração.
Nasrudin começou a pregação com a mesma pergunta de antes. Desta vez, a congregação respondeu numa única voz:
- Sim, sabemos
- Neste caso não há porque prendê-los aqui por mais tempo. Podem ir embora. E voltou para casa.
Por fim, conseguiram persuadi-lo a realizar o sermão da Sexta-feira seguinte, que começou com a mesma pergunta de antes.
- Sabem ou não sabem? A congregação estava preparada.
- Alguns sabem, outros não.
- Excelente - disse Nasrudin - então, aqueles que sabem transmitam seus conhecimento para àqueles que não sabem.
E foi para casa.

Sem Poesia, Mas Profundo!