terça-feira, 27 de abril de 2010

Uma Gata de Tia

Essa manequim, esquia e estilosa, que fez muito sucesso em Ribeirão Preto, é a minha tia Chiquinha (Francisca Egle Mauro Cagno - 1921 - 2007), irmã da minha mãe e mãe da Carmen Rita, Hugo, Maria Carolina, Zé Maurício e Ricardo, todos Cagno, sobrenome do meu tio Hugo, que foi casado com a Chiquinha por mais de 50 anos. 

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Isso sim é ter confiança no seu produto, heim? Mas a produção é ótima, a edição é perfeita, valeu!

Jorge Luís Borges

Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.

A Viúva

Mediu o morto e confirmou o facto: a morte encurtara-lhe as pernas. O resto do corpo permanecia igual, mas as pernas haviam encurtado quinze centímetros, e apenas em duas horas.
Mais tarde o fenómeno acelerou.
No dia seguinte, o morto era já composto apenas por uns sapatos pretos novos e pela cabeça.
A mulher do defunto estava irritadíssima. Só conseguiu pensar no dinheiro desperdiçado no enorme caixão de madeira.
- A minha madeira, a minha querida madeira! - murmurava ela, sem que ninguém a ouvisse.
No dia do enterro a viúva não suportou mais e, à frente dos familiares, desatou a chorar, agarrada à madeira do caixão.
Bertolt Brecht
Este texto e a imagem eu copiei do Blog Café Margoso que vale a pena ser visitado

Uma fábula laboral

Era uma vez um pardal cansado da vida. Um dia, resolveu sair voando pelo mundo em busca de aventura. Voou até chegar numa região extremamente fria e foi ficando gelado até não poder mais voar e caiu na neve. Uma vaca, vendo o pobre pardal naquela situação, resolveu ajudá-lo e cagou em cima dele. Ao sentir-se aquecido e confortável, o pardal começou a cantar. Um gato ouviu o seu canto e foi até lá, retirou-o da merda e o comeu.

Moral da história:
1) Nem sempre aquele que caga em cima de ti é teu inimigo;
2) Nem sempre quem te tira da merda é teu amigo;
3) Desde que te sintas quente e confortável, mesmo que estejas na merda, conserva o bico fechado!