quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cecília Meireles

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
E mais nada.

Manoel de Barros


Meditei sobre as borboletas.
Vi que elas podem pousar
nas flores e nas pedras sem
magoar as próprias asas.


Lu de Laurentiz

Esse cartão postal foi feito em 1987 pela Editora Colégio. A arte é do Lu de Laurentiz - original de 066 x 047cm, colagem/pastel de 1984, homenagem aos 5 anos sem Elis.

Manoel de Barros


Do lugar onde
estou ja fui embora.