quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O PAPAGAIO

Um vendedor possuía um papagaio cuja voz era agradável e sua fala divertida. Não somente guardava a loja, como também distraía a clientela com sua tagarelice. Pois falava como um ser humano e sabia cantar... como um papagaio.
Um dia, o vendedor o deixou na loja e foi até sua casa. Logo o gato do vendedor enxergou um rato e bruscamente começou a persegui-lo. O papagaio se assustou tanto que perdeu a razão. Começou a voar para todos os lados e acabou derrubando uma garrafa de óleo de rosas.
Quando voltou, o vendedor, percebendo a desordem que reinava em sua loja e vendo a garrafa quebrada, ficou encolerizado. Compreendendo que seu papagaio era a causa de tudo aquilo, lhe acertou uns bons golpes na cabeça, fazendo-o perder numerosas plumas. Em conseqüência deste incidente, o papagaio deixou imediatamente de falar.
O vendedor então ficou penalizado. Arrancou seu cabelo e barba. Ofereceu esmolas aos pobres para que seu papagaio recuperasse a palavra. Suas lágrimas não deixaram de correr durante três dias e três noites. Se lamentava dizendo:
"Uma nuvem veio obscurecer o sol da minha subsistência." No terceiro dia, entrou na loja um homem calvo cujo crâneo reluzia como um escudo. O papagaio, ao vê-lo, exclamou:
"Oh, pobre desdito! Pobre cabeça ferida! De onde te vem a calvície? Pareces triste, como se houvera derrubado uma garrafa de óleo de rosas!"
E toda a clientela explodiu em gargalhadas.
Tradução livre do espanhol a partir de "150 Cuentos Sufís"
Al Din Rumi Yalal - texto original disponibilizado por Carlos Martín Perez

O Que Você Acha?


Acho que não existe número cabalístico. Na verdade, acho que tudo foi inventado pelos homens e tanto faz se hoje é 09/09/09. Mas, que é gostoso imaginar que uma data, um número, uma coincidência podem ter uma mágica incluída, ah, isso é! Tentei hoje, o dia todo, inventar algo significativo para o 090909 e confesso que não consegui. Prá mim, é uma data, só isso.