Escolhi este poema, do Carlos Drummond de Andrade, para homenagear a minha mãe e, todas as mães; amigas, primas, irmãs e queridas pessoas que geraram seus rebentos.
Para SemprePor que Deus permite que
as mães vão se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não se apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada, água pura,
ar puro, puro pensamento.
Morrer acontece com o que
é breve e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho e ele,
velho embora, será pequenino
feito grão de milho.