domingo, 9 de maio de 2010

Dia das Mães

Escolhi este poema, do Carlos Drummond de Andrade, para homenagear a minha mãe e, todas as mães; amigas, primas, irmãs e queridas pessoas que geraram seus rebentos.
Para Sempre
Por que Deus permite que 
as mães vão se embora?
Mãe não tem limite, 

é tempo sem hora,
luz que não se apaga 

quando sopra o vento
e chuva desaba, 

veludo escondido
na pele enrugada, água pura, 

ar puro, puro pensamento.
Morrer acontece com o que 

é breve e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca, 

mãe ficará sempre
junto de seu filho e ele, 

velho embora, será pequenino
feito grão de milho.