terça-feira, 16 de março de 2010

Ribeirão Preto no Festival de Curitiba

Pessoal, desculpas, a informação que coloquei sobre a Cia. Ribeirão Em Cena, era sobre o ano passado. Este ano, na 19ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, o grupo de Ribeirão Preto apresenta o espetáculo “A Maldição do Vale Negro”.
Prêmio Molière para dramaturgia nacional em 1988, “A Maldição do Vale Negro”, é um dos mais excitantes textos do consagrado Caio Fernando Abreu. Nele o autor comprova que nada pode ser mais engraçado que um dramalhão levado às últimas conseqüências. E é justamente por não ter medo de parecer melodramático ou ridículo que “A Maldição do Vale Negro”, configura-se em uma surpresa para a dramaturgia. O texto, inspirado no estilo francês do final do século 18, é uma paródia do melodrama clássico.
Nesta montagem do Núcleo Nuvem da Noite/Ribcena, de Ribeirão Preto, a diretora Gracyela Gitirana foi mais longe. Usou o texto de Abreu para desenvolver uma ampla pesquisa com bonecos híbridos, ou seja, técnica onde os títeres estão”colados” ao corpo do ator.
A Maldição do Vale Negro parte de um drama mirabolante. Rosalinda (Camila) é a mocinha sofredora que desconhece um segredo ocultado pela maquiavélica governanta Ágata . A história ocorre na província de Castelfranc, França, no castelo dos Belmont, que se ergue imponente no alto do Vale Negro.
O Núcleo Nuvem da Noite, que em 2009 participou do Fringe com “Um Grito Parado No Ar” de Gianfrancesco Guarnieri, integra a ONG Ribeirão Em Cena, entidade de difusão cultural e inclusão educacional, criada em Ribeirão Preto-SP/ Brasil, que constitui um verdadeiro centro de ação teatral onde se cruzam áreas e componentes diversos da vida do teatro: a formação de atores, a produção e difusão de espetáculos universitários,profissionais, experimentais e alternativos, realização de mostras e festivais de teatro.
O autor
Caio Fernando Loureiro de Abreu é gaucho de Santiago. Jovem ainda mudou-se para Porto Alegre onde publicou seus primeiros contos. Cursou Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, depois Artes Dramáticas, mas abandonou ambos para dedicar-se ao trabalho jornalístico no Centro e Sul do país, em revistas como Pop, Nova, Veja e Manchete, foi editor de Leia Livros e colaborou nos jornais Correio do Povo, Zero Hora, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. No ano de 1968 — em plena ditadura militar — foi perseguido pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), tendo se refugiado no sítio da escritora e amiga Hilda Hilst, na periferia de Campinas (SP). Considerado um dos principais contistas do Brasil, sua ficção se desenvolveu acima dos convencionalismos de qualquer ordem, evidenciando uma temática própria, juntamente com uma linguagem fora dos padrões normais. Em 1973, querendo deixar tudo para trás, viajou para a Europa. Primeiro andou pela Espanha, transferiu-se para Estocolmo, depois Amsterdã, Londres — onde escreveu Ovelhas Negras — e Paris. Retornou a Porto Alegre em fins de 1974, sem parecer caber mais na rotina do Brasil dos militares: tinha os cabelos pintados de vermelho, usava brincos imensos nas duas orelhas e se vestia com batas de veludo cobertas de pequenos espelhos. Assim andava calmamente pela Rua da Praia, centro nervoso da capital gaúcha. Em 1983 transferiu-se para o Rio de Janeiro e em 1985 passou a residir novamente em São Paulo.
Volta à França em 1994, a convite da Casa dos Escritores Estrangeiros. Lá escreveu Bien Loin de Marienbad. Ao saber-se portador do vírus da AIDS, em setembro de 1994, Caio Fernando Abreu retorna a Porto Alegre, onde volta a viver com seus pais. Põe-se a cuidar de roseiras, encontrando um sentido mais delicado para a vida. Foi internado no Hospital Menino Deus, onde faleceu no dia 25 de fevereiro de 1996.
Serviço
A Maldição do Vale Negro. De Caio Fernando Abreu
Com o Núcleo Nuvem da Noite/Ribcena
Elenco: Joubert de Oliveira, Gracyela Gitirana, Rafael Félix, Stella Provinzano, Gabriel Oliveira, Aidê Quirino, Rodrigo Oliveira e Camila Deleigo
Direção: Gracyela Gitirana
Duração : 50’
Local: Casa Hoffmann
Dias 21,22,23,24 de março
Ingresso R$ 20 e R$ 10 estudantes,professores, terceira idade.

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