segunda-feira, 5 de abril de 2010

Teatro Carlos Gomes

Ribeirão Preto é uma cidade onde alguns acontecimentos nunca ficam claros para a população. Um desses fatos é a demolição do Teatro Carlos Gomes que aconteceu entre os anos de 1944 e 1946.
Durante este período, ocuparam a prefeitura de Ribeirão Preto três prefeitos interventores,  o Sr. Fábio Barreto até 1944, e os Senhores Alcides de Araujo Sampaio e Luiz Augusto Gomes de Mattos, entre os anos de 1945 e 1946. 
O Teatro Carlos Gomes foi inaugurado, em 1897, com a apresentação da ópera “O Guarani” de Carlos Gomes. O teatro foi construído a partir de um consórcio entre os maiores fazendeiros da época, entre eles: Cel. Francisco Schmidt, Joaquim da Silva Gusmão, Francisco Augusto Sacramento, Virgílio da Fonseca Nogueira e Luís Pereira Barreto. O projeto arquitetônico foi de autoria de Ramos de Azevedo, em estilo neoclássico de influência italiana.
Os ribeirão-pretanos que conheceram o Teatro Carlos Gomes o descreviam como uma obra de arte da arquitetura, com riquíssimos detalhes de acabamento; como um lustre de cristal da Bohemia que ficava no salão de entrada, tinha muito acabamento em marmore importado da itália e pinturas de afrescos em todos os ambientes.
Imaginem, que em pleno período da segunda guerra mundial, Ribeirão Preto possuia num espaço de 4 quadras, 2 teatros de grande porte, quase um de frente ao outro.
Se alguém souber mais sobre a demolição do Teatro, por favor, envie as informações.

5 comentários:

  1. Durante o Período Vargas (1930 - 1945) os prefeitos (interventores) eram nomeados a cada dois anos pelo governador (interventor) também nomeado por Vargas. Segundo o falecido historiador e advogado Rubem Cione, o rei do café, Cel. Francisco Schmidt, também tinha inimigos políticos. Demolir um edifício belíssimo como o teatro Carlos Gomes para tentar apagar a memória de um dos seus mais ilustres e importantes contrutores é uma possibilidade não descartada.

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  2. É, a vaidade humana não é brincadeira, é capaz de fazer coisas inacreditáveis.
    Obrigado Zé.

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  3. Lau, alguns anos antes de morrer Rubem Cione me disse isso mesmo: o Carlos Gomes foi demolido para destruir a lenda de Francisco Schmidt, cuja imagem sobreviveu à sua morte em 1924. Mas essa não foi a única causa. Em 1944 o Carlos Gomes estava apodrecendo e precisava de reforma. A prefeitura não tinha recursos. A depressão dos anos 30 empobrecera a ex-capital do café. Muita gente fora embora para o oeste paulista e o norte do Paraná. A população com menos de 100 mil habitantes só tinha olhos para o Pedrão, inaugurado em 1932 pela Cervejaria Paulista, que lhe arranjava espetáculos. "O Carlos Gomes tinha virado um antro de maloqueiros mal visto pela população", disse Cione. Ou, seja, a demolição do teatro não foi um ato de ignorância da administração, mas uma obra de toda a sociedade ribeirãopretana.
    (a) Geraldo Hasse

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  4. Falou Geraldo, muito bom.
    Depois vou fazer um resumo de tudo e publicar.
    Abraços,
    Lau

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  5. Para alguns, a decadência do Teatro Carlos Gomes, teria começado com a inauguração do Pedro II. No entanto, mais decisiva parece ter sido a crise financeira de 1929. Os “coronéis do café”, agora menos ricos, desinteressaram-se dele. Para outros, devido a sua arquitetura italiana, bateu de frente com a II Guerra Mundial (1939), tendo inicio a demolição do teatro Carlos Gomes, em 1943, insuflada pela campanha contra os países do eixo (Alemanha, Itália e Japão).

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