sábado, 14 de agosto de 2010

Adélia Prado

"Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé, não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho."
Eu acredito que foi esse o amor que meus pais viveram. Casaram com mais de 30 anos os dois, tiveram 9 filhos e se beijavam até morrer. Alias, depois que um se foi, o outro não quis mais ficar aqui, fez que fez até arrumar um jeito de ir também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário