quinta-feira, 12 de agosto de 2010

samuel beckett

que farei sem esse mundo sem rosto
sem perguntas
onde ser só dura um instante onde cada instante
...caindo no vazio no esquecimento de ter sido
sem essa onda onde no fim
corpo e sombra juntos se engolem.

que farei sem este silêncio, abismo de murmúrios
ofegante furioso em direção do socorro em direção do amor
sem céu que se levanta
sobre a poeira do seus lestes.

que farei, eu farei como ontem como hoje
olhando pelo meu vigia se eu não estou sozinho
a me perder e a rodar longe de toda vida
dentro de um espaço de marionetes
sem voz entre as vozes
fechado em mim.

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