sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Júlio Chiavenato

No jornal "A Cidade" de hoje, dia 24 de setembro de 2010, na coluna diária de Júlio José Chiavenato, foi públicado o texto que transcrevo abaixo, porque achei uma análise perfeita da grande imprensa brasileira. Acho inclusive, que a análise é tão boa, exatamente por falar o óbvio, só não percebe o ódio diario destilado pela grande imprensa, quem não quer.
ÓDIO ENRUSTIDO
Falta avisar a grande imprensa que a guerra fria acabou. O muro de Berlim caiu. O comunismo soviético morreu. Não precisa mais roer a úlcera do idiotismo para combater o socialismo. O "perigo vermelho" não existe mais. Até o Aldo Rabelo, presidente do PCdoB aderiu à UDR, disse que não existe latifúndio no Brasil e é preciso desmatar mais para plantar soja. O feminista Netinho é o candidato "comunista" ao Senado e pode ser o mais votado.
Fidel Castro está morrendo. Cuba não tem o que comer. Lula almoça e janta com banqueiros. Todos os meios de comunicação pertencem à direita. As boas escolas são particulares e só aceitam os filhos das burguesias pagantes: a de fato, que tem e pode, e a sua linha auxiliar, a nova classe média ascendente. As classes C e D estão consumindo como nunca e fortalecem a economia de mercado.
Então, por que tanto rancor anticomunista? É raiva recolhida? No tempo da ditadura os jornais que pediram o golpe e os apoiaram a repressão e delataram os "terroristas" não eram tão abilolados como hoje. Os jornais não usavam máscaras. Mas quando o milagre econômico desandou e secaram as tetas em que tanta gente boa mamou, eles amansaram aos poucos e se fantasiaram de democratas.
Digeriram o Lula, temperado com os santos óleos do neoliberalismo. Lucraram com o fim da inflação e a superação da crise econômica mundial dos últimos anos, são íntimos do poder financeiro, nunca tiveram tantos anúncios das multinacionais. Do que têm medo?
Se os grandes jornais continuarem a ser manivelas do obscurantismo, pelo menos ressuscitem o outro de Moscou e deem a minha parte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário