terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Fernando Pessoa


Dei-lhe um beijo ao pé da boca
Por a boca se esquivar.
A idéia talvez foi louca,
O mal foi não acertar.

Se o sino dobra a finados
Há-de deixar de dobrar
Dá-me os teus olhos fitados
E deixa a vida matar!

Tome lá, minha menina,
O ramalhete que fiz.
Cada flor é pequenina,
Mas tudo é feliz.

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