quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Manuel Bandeira

O BICHO
VI ONTEM um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

Eu já devo ter publicado esse poema, mas não resisto, toda vez que leio o poema, preciso publicar novamente.

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